Lua

The phases of the moon, Liber Floridus, 1460

As Fases da Lua, Liber Floridus 1460).

 

Qualidade: Frio e Húmido

Temperamento: 1º quarto - Sanguíneo 2º quarto - Colérico 3º quarto - Melancólico 4º quarto - Fleumático

Secto: Noturno

Género: Recetivo

Benéfico/Benéfico: Variável

Regência: Caranguejo

Exaltação: Touro

Júbilo: Casa 3

Detrimento: Capricórnio

Queda: Escorpião

Dia: Segunda

Noite: Quinta

Pessoas e Atividades: População, povo; Sistemas de Comunicação; Sistemas de água e aquáticos, navegantes, marinheires, pescadores, peixeires, relacionaes com bebidas alcoólicas, caçadores, parteires, enfermeiras, empregadeas doméstiques. Figuras femininas de poder.

Lugares: Ambientes frescos e húmidos, confortáveis e relaxantes, perto de água. Fontes, regatos, rios, lagos, praias, piscinas, termas. Estradas e lugares desertos.

 

Fria e húmida, a Lua é o mais próximo dos corpos celestes e, por isso, o mais íntimo. Representa aquilo que sentimos, onde procuramos segurança emocional, o que nos dá conforto e o que nos nutre. A sua luz não é própria, é reflexiva, e isso traduz-se receptividade, e sensibilidade. Rege a noite e da vida quotidiana, emocional, instintiva cíclica e corpórea.

A sua qualidade fria e húmida associa-a ao temperamento fleumática. Mas, Lua sendo Lua, oscilante, percorre os quatro humores através das suas fases:

  • Lua Nova (1.º quarto) – sanguínea: leve, comunicativa e social

  • Crescente (2.º quarto) – colérica: impulsiva, expansiva e ativa

  • Minguante (3.º quarto) – melancólica: introspetiva, contida esóbria

  • Quarta fase (Lua velha) – fleumática: absorvente, fluída e reservada.

Estas transformações constantes fazem da Lua o arquétipo máximo da mudança, da variabilidade e da inconstância. Aliada às características nutritivas e recetiva, associas-se a noções de adaptabilidade, popularidade e o engenho, mas também os seus opostos: a errância, a passividade, a instabilidade.

Moon halo over Swabia, detail from Augsburger Wunderzeichenbuch (Séc. XVI)

A Lua rege o signo de Caranguejo e exalta-se em Touro, onde a sua nutrição e segurança se estabilizam de forma pragmática. Encontra-se em detrimento em Capricórnio, signo oposto a Caranguejo, onde a rigidez da estrutura limita a sua fluidez. Encontra-se em queda em Escorpião, signo oposto a Touro, onde a fixidez emocional se torna excessiva ou destrutiva.

O seu júbilo é na casa III, a casa dos irmãos, das viagens curtas, da comunicação e aprendizagem: da conexão. Ela rege os humores, hábitos, instintos, automatismos, cuidados e ritmos e é um dos significadores da mãe.

Sphaerae coelestis et planetarum descriptio aka De Sphaerae (ca. 1470)

Sphaerae coelestis et planetarum descriptio aka De Sphaerae (ca. 1470)

Na astrologia clássica, a Lua era considerada um benéfica variável: quando crescente, suavizava os efeitos de outros planetas; quando minguante, podia dificultar ou fragilizar. Sem ela, o Sol arde em excesso; com ela, há alívio, sombra, húmidade e renovação.

Era também vista como símbolo da população, do povo, das massas, das mulheres e das figuras femininas de poder. Relaciona-se com pessoas que trabalham com sistemas de água e comunicação e com as pessoas que trabalham com os ritmos naturais da vida e do corpo. O seu território inclui lugares frescos e húmidos, como fontes, rios, praias, termas ou caminhos solitários.

A Lua é o símbolo da vida animal e vegetativa, da matéria em transformação, e do ciclo contínuo de nascimento, crescimento e morte. Cada fase da Lua corresponde a um momento deste ciclo, constante na sua variabilidade.

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Filme

O Espelho, Andrei Tarkovsky (1975)

Livro

The Waves, Virginia Woolf (1931)

Playlist

Lua Playlist

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