Saturno

Guido Bonatti, De Astronomia Libri X (1550)

 

Qualidade: Frio e Seco

Temperamento: Melancólico

Secto: Diurno

Género: Ativo

Benéfico/Maléfico: Maléfico

Regência: Capricórnio e Aquário

Exaltação: Balança

Júbilo: Casa 12

Detrimento: Caranguejo e Leão

Queda: Carneiro

Dia: Sábado

Noite: Terça

Pessoas e Atividades: anciãos, eremitas, monges, trabalhadores da terra e dos subterrâneos, coveiros e quem lida com a morte, pastores, mineiros e ascetas.

Lugares: desertos, as cavernas, as ruínas, minas, poços, montanhas e cemitérios.

 

Saturno, o Grande Maléfico, é o planeta mais distante do Sol (no contexto dos 7 planetas clássicos). A sua lentidão e frieza simbolizam a passagem do tempo e os limites da realidade. Do isolamento, da responsabilidade, da maturidade e do trabalho árduo. E ainda, o medo e o obscuro (daquilo que está para além dos seus limites, enquanto último planeta visível). Se Júpiter expande e promete, Saturno exige contrai. Aquele que se manifesta através da restrição, da disciplina e da experiência.

Como planeta frio e seco, o seu temperamento é melancólico: introspetivo, reservado, concentrado e profundo. É a força que dá estrutura e rigidez, por isso, governa tudo o que é duradouro, antigo, resistente e autoritário.

O seu brilho pálido evoca a noite, o frio e o medo, mas também a profundidade da reflexão, a sabedoria e a paciência. Ele é Cronos, o Tempo que devora os seus filhos e é, também, o ancião que alcança a sabedoria e a maturidade através da paciência e perseverança.

Sphaerae coelestis et planetarum descriptio aka De Sphaerae (ca. 1470)

Em Capricórnio e Aquário, os seus domicílios, Saturno manifesta-se de duas formas complementares: no primeiro, como a solidez da pedra e o pragmatismo da construção do caminho até ao cume da montanha; no segundo, como o ideal austero que estrutura o pensamento e as instituições humanas, a partir do seu lugar distanciado, solitário.

Saturno tem a sua exaltação em Balança, que modera a sua severidade e coloca-o ao serviço da equidade e da harmonia. A sabedoria relacional: a capacidade de agir com moderação, prudência e responsabilidade nas interações humanas. Na sua exaltação, Saturno é o juiz e o legislador, mas também o arquiteto da beleza sustentável (ordem e sobriedade).

É na Casa 12 que Saturno encontra o seu júbilo. A Casa 12 é o domínio do do isolamento, das coisas escondidas, da vergonha, das limitações e aflições. A Casa 12 é, também, a casa dos monges, eremitas, exilados e prisioneiros. Daqueles que vivem à margem, entregues ao serviço, à contemplação ou à penitência. Aqui, o planeta da solidão sente-se em casa: reina sobre o que se torna invisível e marginal, sobre aquilo que está recolhido do tempo e espaço da sociedade dominante. Saturno rege a liminalidade e não há local mais liminal do que a Casa 12.

Astrolabium Planum in Tabulis, 1488

Quando dignificado, Saturno é um paciente e sábio, quando debilitado, torna-se avaro e temeroso, fechando-se num mundo de sombras e isolamento. A sua melancolia pode transformar-se em tristeza e frieza emocional.

No mapa natal, a posição de Saturno mostra onde residem os nossos medos, limitações e responsabilidades e, simultaneamente, onde podemos conquistar autoridade.

Filme

Stalker, Andrei Tarkovsky (1979)

Livro

O Processo, Franz Kafka (1925)

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